sexta-feira, 2 de março de 2012

Mulher diz que ciclista discutiu antes de ser atropelada na Paulista



Depiladora afirma que ela perdeu equilíbrio e foi atingida por ônibus.
Ciclista de 33 anos morreu nesta sexta-feira (2) em São Paulo.

Luciana BonadioDo G1 SP
Maria Célia ao deixar delegacia nos Jardins nesta sexta-feira (Foto: Luciana Bonadio/G1)Maria Célia ao deixar delegacia nos Jardins nesta
sexta-feira (Foto: Luciana Bonadio/G1)
A depiladora Maria Célia dos Reis Fagundes, de 44 anos, aguardava para atravessar a Avenida Paulista, em São Paulo, quando presenciou o atropelamento da ciclista de 33 anos morta na manhã desta sexta-feira (2). A bióloga Juliana Dias, que trabalhava no Hospital Sírio-Libanês, morreu após ser atingida por um ônibus. Segundo a testemunha, a ciclista discutiu com o motorista de outro coletivo quando se desequilibrou e caiu.
“Eu estava parada e vi a moça discutindo com o motorista de um ônibus. Ela levantou uma das mãos para reclamar, perdeu o controle e caiu. A roda de outro ônibus passou por cima dela”, afirmou a mulher, bastante abalada durante o relato. Ela disse que o motorista do veículo que atropelou a ciclista ainda tentou ajudar, mas ela morreu no local.
Maria Célia prestou depoimento no 78º Distrito Policial, nos Jardins, e deixou a delegacia no início da tarde. O acidente aconteceu na altura da Rua Pamplona.
Um skatista de 17 anos que também disse ter visto o acidente afirmou que ela foi fechada antes por um carro. Depois, segundo ele, o ônibus que estava em outra faixa foi para cima dela e a mulher gritou. O ônibus, então, voltou a partir para cima da ciclista intencionalmente, de acordo com a versão dele. "Eu vi uma mulher morrendo. Podia ter sido eu."
A gerente de comunicação Luiza Calandra, de 26 anos, contou que mora na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, mesmo bairro onde Juliana vivia, e a conheceu porque as duas utilizavam a bicicleta como meio de transporte. “É um caminho que a gente faz para o trabalho. O que aconteceu com ela é um risco que a gente corre todos os dias. E ninguém muda de atitude. Tem mais de um ano que a Ju andava de bicicleta. Ela era uma pessoa super alegre, para frente, que fazia tudo por um mundo melhor. Era uma pessoa especial”, disse.
mapa ciclista paulista (Foto: Arte/G1)
Luiza disse que os ciclistas farão uma manifestação no início da noite, na Avenida Paulista, em protesto pela morte de Juliana. "Isso é o que a gente pode fazer para mudar o que está acontecendo", justificou.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou uma manifestação no local do acidente durante a tarde.
Pessoas protestando contra a morte da ciclista interditaram o sentido Consolação da Avenida Paulista por sete minutos, entre 12h08 e 12h15, deitando no chão.
Segundo o tenente coronel Benjamim, da Polícia Militar, a vítima era uma ciclista profissional de 33 anos. Ela trafegava entre a faixa preferencial do ônibus (à direita) e a faixa de carros.
Por volta das 13h20, um pedestre também foi atropelado na Avenida Paulista, no sentido Consolação. Segundo a CET, o acidente aconteceu próximo à Avenida Brigadeiro Luís Antônio, a cerca de dois quarteirões de distância do atropelamento da ciclista. A vítima foi socorrida. Não havia informações sobre o estado de saúde dela. Uma faixa da pista precisou ficar bloqueada por 40 minutos para o atendimento da ocorrência.
Outra morte
Em 2009, a ciclista Márcia Regina de Andrade Prado, de 40 anos, foi atropelada por um ônibus na Avenida Paulista, próximo ao cruzamento com Rua Pamplona.
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