sexta-feira, 2 de março de 2012

Carlinhos Cachoeira é transferido para presídio federal no RN



Pivô de escândalo do governo Lula, Cachoeira foi preso pela PF na quarta.
Advogado entrou com pedido de habeas corpus na Justiça Federal.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
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O empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, foi transferido na noite desta quinta-feira (1) para o presídio federal de segurança máxima em Mossoró, no Rio Grande do Norte, informou nesta sexta (2) o Ministério da Justiça.
Suspeito de chefiar uma quadrilha de exploração de jogos com máquinas caça-níqueis,Cachoeira foi preso pela Polícia Federal na casa onde mora, em Goiânia (GO), na última quarta (29). A transferência dele da Superintendência da PF em Brasília para Mossoró foi solicitada por "questões de segurança", segundo a assessoria de comunicação da polícia.
Carlinhos Cachoeira ficou conhecido pela suspeita de pagar propina a Waldomiro Diniz, então assessor da Casa Civil no começo do governo Luiz Inácio Lula da Silva, escândalo revelado em 2004.
A prisão dele, no entanto, foi parte de uma Operação Montecarlo, deflagrada pela Polícia Federal na quarta para desarticular uma quadrilha de exploração de jogos com máquinas caça-níqueis. O advogado dele, Ricardo Sayeg, entrou com pedido de liberdade no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O relator é o desembargador Fernando Tourinho Neto, que solicitou informações adicionais das investigações da PF para tomar a decisão.
G1 tentou contato com Sayeg pelo celular e deixou recado no escritório dele, em São Paulo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Ainda nesta quinta, Sayeg disse que a prisão de Cachoeira foi "superdimensionada". "O crime estruturante, que é contravenção penal, deve ser punido com prisão simples. Me parece que o pedido de prisão preventiva é o cumprimento antecipado de pena. (...) Isso é caso para Juizado Especial de Pequenas Causas." O advogado disse que Cachoeira não tem antecedentes criminais.
A assessoria da PF informou que algumas pessoas supostamente envolvidas no esquema foram ouvidas nesta sexta-feira (2). Parte dos 22 carros de luxo apreendidos chegarão à superintendência da PF neste domingo (4).
Operação Montecarlo
A Polícia Federal começou a cumprir nesta quarta 82 mandados judiciais, dos quais 35 são de prisões preventivas e temporárias, dentro da Operação Monte Carlo, de combate à exploração de jogos de azar com máquinas caça-níqueis.
Os mandados de prisão nesta quarta foram expedidos para serem cumpridos em cinco estados: Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Tocantins e Rio de Janeiro. Do total, 37 são relativos a busca e apreensões e outras dez são referentes a condução coercitiva (detidos para esclarecimentos).

Segundo a Polícia Federal, o esquema de casas de jogos com máquinas caça-níqueis funcionava havia 17 anos, sob o comando de Cachoeira.

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