sexta-feira, 2 de março de 2012

Dólar sobe mais de 1% após medidas do governo



Moeda norte-americana fechou vendida a R$ 1,7326, alta de 1,2%.
Nesta sexta, BC fez dupla intervenção; na semana, dólar sobe 1,54%.

Do G1, com informações da Reuters
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O dólar comercial fechou com alta superior a 1% nesta sexta-feira (2), em mais um dia que contou com intervenção dupla do Banco Central no mercado de câmbio e um dia após o governo anunciar duas medidas para frear a valorização da moeda brasileira.
A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 1,7326 para venda, alta de 1,2% ante o real.
Na véspera, o governo decidiu aumentar de dois para até três anos o prazo de incidência da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras de (IOF) nas liquidações de operações de câmbio contratadas a partir de 1º de março de 2012. Ainda assim, o dólar fechou em queda de 0,47% na quinta-feira, cotado a R$ 1,7120 para venda.
Na noite de quinta, a diretoria colegiada do BC se reuniu de forma extraordinária e, em mais uma tentativa de conter o ingresso de dólares na economia brasileira, decidiu que os exportadores que desejarem receber antecipadamente por suas vendas externas deverão enviar o produto ao exterior em até 360 dias. Até então, não havia prazo formal para o envio.
Numa semana em que oscilou entre altas e baixas, o dólar encerrou o período com valorização acumulada de 1,54%. No ano, contudo – e a despeito de todas a medidas do BC – a moeda dos Estados Unidos ainda recua 7,27% frente ao real.
'Tsunami monetário'O governo vem endurecendo o discurso contra a valorização acentuada do real. A palavra mais forte veio da presidente Dilma Rousseff, que criticou as políticas monetárias expansionistas adotadas por países desenvolvidos para enfrentar a atual crise econômica internacional, causadoras, segundo ela, de um "tsunami monetário".
Em outra frente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sustentou que o governo continuará tomando novas medidas para impedir a valorização excessiva do real frente ao dólar.
Nesta semana, o Banco Central Europeu (BCE) despejou mais de meio trilhão de eurosno sistema financeiro da região. Na visão do governo, parte importante desses recursos deve ser direcionada ao Brasil, o que tende a pressionar ainda mais o dólar.
Para alguns analistas, a expectativa de que as autoridades voltem a agir para segurar a queda do dólar decorre da avaliação de que as recentes medidas podem ter impacto limitado.
"Estamos céticos de que elas vão reverter a tendência e vemos o risco de que, se o dólar continuar caindo ante o real, mais medidas sejam anunciadas", disseram em relatório os economistas do Barclays Capital Guilherme Loureiro e Marcelo Salomon.
"A mensagem foi clara: o governo está muito desconfortável com o atual nível do dólar... e vai continuar agindo para evitar que a moeda rompa o nível de R$ 1,70 no curto prazo", reforçaram também em relatório analistas de mercados emergentes do BNP Paribas.
A alta do dólar não impediu que o BC interviesse no mercado pelo oitavo dia consecutivo, realizando dois leilões de compra de moeda no mercado à vista.
Cenário externoAs operações locais também repercutiram o salto da moeda norte-americana no exterior, em meio a constantes preocupações com a crise de dívida da zona do euro.
Segundo operadores, o desempenho da moeda teve impulso extra dos ganhos da divisa no exterior, influenciados em parte pela queda do euro, devido a renovados temores com a situação do bloco monetário.
Nesta quinta-feira, a Espanha informou que baseará seu Orçamento deste ano num déficit fiscal de 5,8%, acima do acertado com a União Europeia (UE). Na interpretação do mercado, a decisão ressalta as dificuldades dos países em cumprirem compromissos, o que enfraquece os esforços de autoridades da região em combater a crise de dívida.
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